Área desmatada na Amazônia aumentou 18% entre agosto e março

Compartilhe

Em março, o Acre respondeu por apenas 1% da floresta desmatada na Amazônia (Foto: Cedida)



As áreas desmatadas da Amazônia tiveram um aumento de 18% nos primeiros oito meses do chamado “calendário do desmatamento”, período que por causa do regime de chuvas no bioma vai de agosto de um ano a julho do ano seguinte. Os dados foram divulgados nesta sexta, 25, pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon, por meio de seu programa de monitoramento por satélites.

A área de floresta derrubada passou de 1.948 km² entre agosto de 2023 e março de 2024 para 2.296 km² entre agosto de 2024 e março de 2025. Uma área maior do que Palmas, a capital do Tocantins. Apesar do aumento, essa devastação é quase 60% menor do que a registrada entre agosto de 2020 e março de 2021, quando foram desmatados 5.552 km² — a maior destruição desde 2008, quando iniciou o monitoramento.

“Mesmo que os indicadores estejam abaixo desses picos, o crescimento observado em 2025 é um sinal de alerta. Estamos em uma janela de tempo que pode permitir a reversão desse cenário, onde as chuvas são mais frequentes na região. Logo, os distúrbios na floresta não são tão intensos quando comparamos com os meses mais secos, como de junho a outubro. Por isso, é preciso agir com urgência”, destaca a pesquisadora do Imazon Larissa Amorim.



Mato Grosso liderou desmatamento em março

Apenas em março de 2025, o desmatamento da Amazônia atingiu 167 km², uma alta de 35% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram destruídos 124 km². Entre os estados, Mato Grosso liderou a destruição em março, com 65 km² perdidos (39%). Em segundo ficou o Amazonas, com 39 km² (23%), e em terceiro o Pará, com 29 km² (17%). Ou seja: apenas esses três estados concentraram 80% de toda a destruição registrada na Amazônia no mês.

O Acre respondeu por apenas 1% do desmatamento detectado na Amazônia Legal. Este resultado é consequência de março ser um dos meses mais chuvosos ao sul da Amazônia Ocidental, quando a prática das derrubadas tem uma trégua. O vizinho estado de Rondônia foi responsável por 4% da área desmatada no mês passado.

Outro destaque negativo de março foi o desmatamento registrado no assentamento Rio Juma, no Amazonas, que atingiu 14 km², o equivalente a 1.400 campos de futebol. É uma área sete vezes maior do que a derrubada no PDS Realidade, de 2 km², o segundo assentamento mais desmatado em março, também em solo amazonense.

Já entre as unidades de conservação, a mais desmatada em março foi a Área de Proteção Ambiental (APA) do Tapajós, no Pará, que teve 7 km² destruídos, o equivalente a 700 campos de futebol. O segundo território protegido mais desmatado, a APA do Lago de Tucuruí, também em solo paraense, registrou 1 km² de devastação.

“Esses dados indicam uma concentração significativa da pressão em locais específicos, que devem ser prioridade na montagem de estratégias de combate e fiscalização”, observa Manoela Athaide, pesquisadora do Imazon.

Logomarca

Deixe seu comentário

VEJA MAIS

banner-728x90-anuncie