Operação prende 6 supostos membros da LCP por invasão e desmatamento em Acrelândia

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Operação Usurpare identificou invasões e desmatamento no interior do PAE Porto Dias, em Acrelândia (Foto: Ascom PF/AC)




dos varadouros de Rio Branco

Uma força-tarefa formada pelas polícias Federal e Militar, além do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) prendeu em flagrante delito, no último sábado, 12, seis pessoas pelos crimes de invasão e desmatamento no interior do Projeto de Assentamento Extrativista (PAE) Porto Dias, localizado em Acrelândia. Segundo a PF, os presos seriam, supostamente, integrantes da Liga dos Camponeses Pobres (LCP), movimento de trabalhadores rurais sem-terra que reivindica o direito a um pedaço de terra.

Conforme relatos obtidos pelo Varadouro, desde o início da semana passada as comunidades extrativistas do PAE Porto Dias passaram a relatar a intensa chegada de famílias às áreas de suas colocações, derrubando a floresta de onde quebram castanha e cortam seringa. O temor delas era de que possíveis conflitos viessem a acontecer.

Com forte atuação em Rondônia, a Liga dos Camponeses Pobres agora parece realizar movimento migratório rumo ao Acre. As informações são a de que um grupo de ao menos 60 famílias vindas do estado teriam aportado pela região rural de Acrelândia – município localizado bem na divisa com Rondônia.

A região já é historicamente marcada por intensos conflitos fundiários entre pequenos agricultores e famílias de seringueiros com os grandes fazendeiros. Após a consolidação da pecuária, as terras do município agora passam a ser invadidas pela monocultura da soja. Acrelândia está localizada bem no centro da tríplice divisa Amacro: Amazonas, Acre e Rondônia.

Em dezembro, Varadouro esteve na região do ramal do Granadinha para acompanhar um destes conflitos. Atendendo a pedido de reintegração de posse de grandes fazendeiros, a Comarca de Acrelândia determinou a retirada das famílias de pequenos produtores. Após resistência, eles permanecem na região e pedem que a ocupação seja reconhecida como projeto de assentamento do Incra.

A operação Usurpare aconteceu a partir de Investigações que precederam a operação revelaram crescentes atividades ilegais de ocupação e desmatamento dentro do PAE Porto Dias, em Acrelândia, que estavam expondo a perigo a integridade ambiental e o patrimônio público federal, mormente por estar acontecendo em área de proteção permanente. Além da prisão das seis pessoas, houve a apreensão de nove motocicletas e duas armas de fogo.


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