dos varadouros de Rio Branco
Um novo confronto entre pistoleiros e posseiros em uma área de terra nos limites da Fazenda Fusão, localizada às margens da BR-317, entre os municípios de Boca do Acre, no Amazonas, e Senador Guiomard, no Acre, resultou em três pessoas atingidas por arma de fogo. De acordo com relato de uma das testemunhas ouvidas por Varadouro, o atentado aconteceu por volta das 7:30 desta segunda-feira, 20 de maio, quando um grupo de quase 30 posseiros entrava na ocupação. Eles estavam ocupando a região desde a manhã do último sábado, 18.
De acordo com Edgeberson José Alves, que estava no momento dos fatos, os pistoleiros estavam de tocaia na mata. Quando os posseiros se aproximaram, eles fizeram o ataque. Segundo a testemunha, não foi possível contar a quantidade de jagunços armados. As armas usadas, afirma, eram escopetas calibre 12. As três vítimas foram atingidas com os estilhaços de chumbo que se espalham na detonação dos cartuchos deste tipo de armamento.
Nenhum dos agricultores ficou gravemente ferido. Dois deles foram atingidos na região do olho e apresentaram sangramento, sendo levados para o Pronto Socorro de Rio Branco. Em abril, quando estes mesmos posseiros foram vítimas de outra emboscada na região da mesma fazenda, também foram usadas escopetas calibre 12. Vídeos feitos à época mostram os cartuchos das armas.
Por sorte ninguém foi atingido. Um dos posseiros chegou a ser torturado ao ficar sufocado por uma sacola plástica, e ameaçado de morte caso registrasse o caso na polícia.
Assim como no mês passado, os posseiros acusam o senhor Ariosvaldo de Freitas, que reinvidica a propriedade da Fazenda Fusão, de ser o mandante do atentado. Procurado pela reportagem via advogado, o fazendeiro negou as acusações. Afirmou desconhecer a situação do confronto e que não houve registros de tentativas de invasões à sua propriedade, mas que houve nas fazendas vizinhas.
Como forma de protesto pelo ataque e reivindicando a presença das autoridades, os trabalhadores rurais bloquearam a BR-317 entre Rio Branco e Boca do Acre. A interdição acontece na altura do quilômetro 94, já dentro dos limites do estado do Amazonas.
