Baixo Acre tem alta concentração de incêndios florestais

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Pressionado pela intensa atividade agrícola, Baixo Acre preocupa por elevado número de incêndios dentro de mata fechada (Foto: Arcevo Varaddouro)




dos varadouros de Rio Brancco

O Laboratório de Geoprocessamento Aplicado ao Meio Ambiente (Labgama), da Universidade Federal do Acre (Ufac) em Cruzeiro do Sul, emitiu nesta quarta-feira, 18, boletim no qual aponta uma elevada concentração de incêndios florestais nos municípios do Baixo Acre – região leste do estado. Ao todo, foram identificados 94 pontos de possíveis ocorrências de fogo dentro da mata fechada na região de Rio Branco e municípios do entorno. A área afetada pode chegar a 2.700 hectares.

Uma das manchas de incêndios florestais está dentro da Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes, em seus limites no território da capital acreana. Desde o começo de setembro, o Labgama aponta registros de fogo em área de floresta na unidade de conservação federal. Outro caso destacado no boletim foi captado pelos satélites na Floresta Estadual do Antimary, entre Bujari e Sena Madureira.

Segundo o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Resex Chico Mendes responde por 30% dos focos de calor detectados dentro das áreas protegidas federais, com 173 ocorrências. Em seguida aparecem as reservas extrativistas do Alto Juruá (145 F) e do Riozinho da Liberdade (82 F), ambas no Vale do Juruá.

Em todo o Acre, já são 5.134 focos de queimadas captados pelo Inpe desde o começo do ano. Além da devastação para o meio ambiente, o fogo continua a causar impactos para a saúde por causa da poluição das fumaças. Os municípios do Vale do Acre continuam a registrar alta concentração de material tóxico na atmosfera.

Na manhã desta quarta, por exemplo, a concentração de material particulado PM 2.5 estava 13 vezes acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo o sensor instalado no prédio do Ministério Público, na região central da capital, o nível de PM 2.5 estava em 195 ug/m3 (micrograma por metro cúbico). A tolerância recomendável é de, no máximo, 15 a 20 ug/m3.

Em Assis Brasil, no Alto Acre, a presença de material poluente no ar estava em 165 ug/m3. Na fronteira entre Brasil e Bolívia, na cidade de Brasiléia, as partículas estavam em 170 ug/m3. Níveis bastante acima do estabelecido pelas autoridades mundiais de saude.

Setembro se consolida como o mais crítico dos meses para a ocorrência de queimadas e a poluição extrema, que atinge todas as regiões acreanas – do extremo leste ao oeste. As frentes frias que chegaram ao estado recentemente contribuem para agravar o cenário, já que as correntes de ar acabam por arrastar para cá a fumaça das queimadas das regiões vizinhas.


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