Nestes tempos estranhos que vivemos, vendo nossos rios e igarapés secos, milhares de peixes e botos mortos pelas praias, ficamos espantados, assustados, perguntando o que nos aguarda o amanhã. Assistimos a nossa floresta se transformando num sertão. Os dias que deveriam ser chuvosos estão secos. A imagem do repórter-fotográfico Gleilson Miranda também nos faz questionar: será que a Amazônia como ela (ainda) é será apenas um retrato preto e branco? Imagens de crianças fazendo travessuras para as câmeras em suas cambalhotas ficarão apenas na memória? O clima na Amazônia não é mais o mesmo. A devastação sem limites da floresta acelera esse processo de mudança. É preciso parar a destruição agora. Queremos viver os encantos e as magias da Amazônia como ela é – não queremos viver apenas de recordações.
Autorretrato
O meu nome é Gleilson Miranda, tenho 54 anos, sou natural de Rio Branco. Sou nascido e criado pelas ruas da Estação Experimental. Apesar de um bicho da cidade, minha família é descendente do povo Puyanawa, de Mâncio Lima. Vi essa cidade crescer e se desenvolver. Sou fotojornalista há quase 30 anos. Pelas minhas lentes e fotografias contei um pouco da História do nosso Acre. Já passei pelos principais jornais do estado e tive meu trabalho rodando o mundo ao ter tido a honra de ser o primeiro profissional a fotografar os indígenas isolados do Acre, na região do Alto Rio Envira, em Jordão, na fronteira com o Peru. Nesta minha trajetória tive meu trabalho reconhecido ao vencer na categoria fotojornalismo o Prêmio José Chalub Leite.
Instagram: @gleilsonmiranda
Email: gleilson.ac@gmail.com