Dos varadouros de Porto Velho
Com uma área de 248 mil campos de futebol, a Terra Indígena Sete de Setembro, localizada no sudeste de Rondônia, e onde mora o povo Paiter Suruí, é uma das maiores da Amazônia Legal. Sua área abrange os municípios de Cacoal e Espigão do Oeste, além de Rondolândia, em Mato Grosso. Ela está entre uma das TIs mais pressionadas pela extração ilegal de madeira e pelo garimpo. Cercada pelo agronegócio, a Sete de Setembro é bastante ambicionada pelos predadores da natureza, que ameaçam tomar o território dos povos tradicionais por meio da grilagem.
Na última quarta-feira (1o) foram destruídos diversos equipamentos usados para cometer crimes ambientais por invasores na TI. A Polícia Federal (PF) inutilizou uma escavadeira hidráulica, uma pá carregadeira, um trator skidder, quatro motocicletas, dois motores-bomba e cinco acampamentos estruturados com dormitórios, refeitório e acesso à internet no meio da floresta.
Duas pontes utilizadas para escoar madeira e minério (ouro) extraídos ilegalmente foram detonadas com bombas. Ninguém foi preso. Os madeireiros e garimpeiros fugiram pela floresta durante ação da PF. Na fuga derrubaram vinte espécies de árvores para impedir o trânsito de veículos dos policiais. Cerca de 22 agentes da PF participaram da operação.
Desde o início do mandato do governo Lula, em janeiro de 2023, Ibama, PF e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) de Rondônia intensificaram as ações contra o crime organizado que atua para destruir rios, florestas e invadir territórios da União dentro do estado. Um outro cenário após quatro anos de desmonte da agenda ambiental do país pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). A Floresta Amazônica que cobre Rondônia, incluindo as dentro de terras indígenas e unidades de conservação, esteve entre a mais impactada pela política de “deixar a boiada passar” promovida por Bolsonaro.