Dos Varadouros de Porto Velho
Mais de um milhão de litros de água tratada estão sendo enviados por cidades vizinhas e o governo, por meio de caminhões-pipa, para atender moradores de Espigão D’Oeste, distante 541 quilômetros de Porto Velho (RO). O carregamento é considerado insuficiente para atender mais de 29 mil habitantes, segundo Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) de 2022.
Pimenta Bueno e Cacoal, cidades próximas estão enviando um milhão de litros de água tratada para abastecer os reservatórios do município. Por enquanto, o carregamento oferecido é suficiente para atender apenas empresas locais. O maior frigorífico, consome o equivalente a um milhão de litros de água. Já os tanques do reservatório de Espigão precisam de mais de 3 milhões de litros.
Na quarta-feira (25), choveu na cidade, mas foi insuficiente para levar água para as residências. Uma barreira de contenção foi providenciada no leito do rio, para tentar estocar água da chuva. A prefeitura decretou situação de “calamidade pública” nesta terça-feira (24), depois que o rio Palmeiras, que abastece o município, chegou ao seu menor nível devido a seca extrema na região Amazônica. A estiagem afetou famílias nas zonas urbana e rural.
“Nessas situações, é importante que os moradores sigam as orientações das autoridades locais e adotem medidas de conservação de água, como a redução do consumo, a eliminação de vazamentos, e o uso responsável desse recurso fundamental. Também é fundamental que as autoridades municipais, estaduais e federais trabalham juntas para resolver esse problema, em nosso município um reservatório ao lado do rio que abastece a cidade será construído o mais breve possível nossa luta em investir em infraestrutura de abastecimento de água e em ações para mitigar os impactos da escassez não vai parar por aqui”, disse a prefeitura em um comunicado público.
O governo diz que adotou medidas para resolver a crise. “A Companhia está plenamente consciente da situação e comprometida em encontrar soluções que evitem que os moradores de Espigão do Oeste fiquem desabastecidos por um período prolongado. Nossa equipe está mobilizada para buscar alternativas e retomar o fornecimento de água o mais rapidamente possível, minimizando os impactos dessa situação”, comentou Lauro Fernandes, diretor da Companhia de Águas e Esgoto do Estado (Caerd).
Nesta sexta-feira (27), deputados de Rondônia analisam em sessão extraordinária o decreto de emergência em Espigão. Segundo a prefeitura, a seca do rio afeta toda economia local. “Consequência desta estiagem resulta expressivos prejuízos econômicos e sociais, com intensidade no que diz respeito à redução na produção de leite e bovinos de corte, redução de alimentos nas propriedades rurais, totalizando perdas significantes. A estação de verão se apresenta anormal com maior intensidade de calor e acarreta extensa estiagem com previsão de longa data à recomposição de nível normal aos reservatórios e permanência de estimativa da pouca chuva. As consequência deste desastre, resultam em danos materiais, prejuízos econômicos e sociais descritos”, disse a prefeitura no decreto.