Dos varadouros de Rio Branco
O pajé Laureano Henrique Kaxinawa, liderança do povo Huni Kuiĩ do Rio Breu, faleceu na madrugada do último sábado (21) em decorrência de um quadro de pneumonia, agravada pela Covid-19. Laureano estava internado no Hospital Regional do Juruá, em Cruzeiro do Sul. Ele tinha 82 anos, e era uma das mais importantes lideranças indígenas do Acre e da Amazônia. Além de um líder político, Laureano era respeitado por seus trabalhos espirituais, a partir do uso da medicina da floresta.
Ele teve papel essencial na organização do povo Huni Kuĩ do Alto Juruá para o processo de demarcação da Terra Indígena Kaxinawa Ashaninka do Rio Breu. A homologação do território, que abrange os municípios de Marechal Thaumaturgo e Jordão, foi assinada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em dois de maio de 2001.
“O velho pajé Laureano Henrique Kaxinawá, aos 82 anos, se encantou na floresta do Rio Breu, rio que é o limite natural da fronteira Brasil‐Peru. Adeus meu velho amigo pajé Laureano Henrique Kaxinawá. Somos amigos desde 1978, quando o conheci como último morador do Rio Breu, que curava os doentes nas cerimônias do cipó da Ayahuasca, e com as folhas medicinais perfumosas da floresta”, escreveu em suas redes sociais o indigenista Txai Terri Aquino, responsável por liderar os processos de demarcação dos territórios indígenas do Acre, na década de 1970.