JORNALISMO NATIVO

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Varadouro é o novo membro da Associação de Jornalismo Digital do Brasil

Em junho, Varadouro se apresentou no Festival 3i, promovido pela Ajor no Rio de Janeiro (Foto: Divulgação Ajor)



Filiação do jornal das selvas à Ajor é o reconhecimento da produção de um jornalismo independente e de qualidade nos interiores da Amazônia. Mesmo com inúmeras dificuldades, jornal acreano se consolida como referência em um jornalismo de pauta socioambiental nativo, expondo as necessidades das populações tradicionais.


Dos varadouros de Rio Branco 


No exato momento em que passa pelo fortalecimento institucional e a celebração de seu primeiro ano de retomada, Varadouro recebe uma gratificante notícia: nos filiamos a uma das organizações mais importantes e representativas do jornalismo brasileiro, a Associação de Jornalismo Digital (Ajor). A adesão do jornal das selvas à Ajor é o reconhecimento da produção de um jornalismo independente e investigativo ao sul da Amazônia Ocidental Brasileira.


Mesmo em um ambiente político e econômico de muitas adversidades, Varadouro continua na linha de frente produzindo um jornalismo de qualidade em defesa da floresta e de suas populações tradicionais. Com recursos escassos (e às vezes sem nenhum recurso), Varadouro consegue tirar da invisibilidade as demandas das comunidades indígenas, extrativistas, ribeirinhas e dos pequenos agricultores na tríplice divisa Amazonas, Acre e Rondônia, a Amacro, que é hoje definida como a nova frente do desmatamento na Amazônia.

O avanço dos crimes ambientais na região e de políticas públicas locais em obras de infraestrutura e de incentivo ao grande agronegócio ameaça o modo de vida tradicional das comunidades – além da preservação do bioma. Em meio a tudo isso, Varadouro surge para expor as violências sofridas por estas populações, também as colocando como protagonistas na produção dos conteúdos. 

“Neste um ano de retomada, Varadouro já conseguiu se consolidar como uma das principais referências do jornalismo na Amazônia. O mais importante em meio a todo este processo foi a conquista de uma credibilidade junto às nossas comunidades. Elas sabem que podem contar com o Varadouro para expor suas necessidades”, diz o editor-executivo, Fabio Pontes. 

“Hoje, diante de qualquer problema, as lideranças indígenas, extrativistas, de agricultores já enviam um zap pra gente pedindo ajuda. E aqui todas essas demandas são acolhidas. Infelizmente nos faltam recursos para irmos até elas, mas driblamos essas dificuldades falando por telefone. As demandas são muitas e urgentes, mas infelizmente o cobertor é curto”, completa ele. 

Em junho, Varadouro participou do Festival 3i, promovido todos os anos pela Ajor no Rio de Janeiro. O evento foi uma oportunidade para o jornal das selvas se apresentar institucionalmente aos grandes centros políticos e econômicos do país. Ao lado de jornalistas da região Norte, o editor-executivo esteve na mesa de diálogos “O Ambiente Informacional na Amazônia”. 

Um dos principais pontos colocados no debate foi, exatamente, a falta de recursos financeiros para se manter uma independência editorial na produção de um jornalismo nativo na Amazônia. A boa notícia é que cresceram as iniciativas dos grandes financiadores nacionais e internacionais de fomentar o jornalismo local produzido a partir dos territórios. 

A entrada do Varadouro na Ajor pode ser vista como parte dessa descentralização das fontes de financiamento do jornalismo independente no centro-sul do País. Durante o Festival 3i, um dos pontos debatidos foi a criação de um fundo para o apoio ao jornalismo independente em todo o Brasil.

Ao lado de jornalistas da região Norte, o editor do Varadouro, Fabio Pontes, participou de debate sobre o jornalismo da Amazônia em congresso da Ajor (Foto: Divulgação Ajor)

 

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