INSEGURANÇA HÍDRICA

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Rio Branco antecipa em um mês distribuição de água em caminhões-pipa

Com seca severa que já compromete o acesso de comunidades à água potável, prefeitura teve que antecipar ações de mitigação (Foto: Ascom PMRB)

Segundo a Defesa Civil, Operação Estiagem começa mais cedo ante relatos de comunidades rurais já terem dificuldade de acesso à água, inclusive para consumo. Ao menos 30 milhões de litros serão fornecidos neste verão de 2024; 5 milhões a mais do que 2023. Cenário é caótico, diz chefe da Defesa Civil.




dos varadouros de Rio Branco


Com o verão intenso que castiga os moradores da capital acreana, a Prefeitura de Rio Branco já realiza a distribuição de água potável em caminhões-pipa para comunidades urbanas e rurais. A Operação Estiagem, que costuma começar entre o fim de julho e o começo de agosto, em 2024 precisou ser antecipada por conta do elevado número de famílias registrando dificuldades de acesso à água. De acordo com a Defesa Civil Municipal, ao menos 20 mil pessoas serão atendidas pela Operação Estiagem neste ano, podendo chegar a 30 milhões de litros fornecidos.

A antecipação da operação é mais um sinal do cenário crítico de segurança hídrica vivido pelos rio-branquenses. O outro é o nível do rio Acre, que no começo desta semana já estava abaixo dos dois metros. Nesta quarta, 19, o manancial amanheceu em 1,91m. O manancial está abaixo da cota de alerta máximo para estiagens, que é de 2,69 m. Para junho, a média histórica de volume do rio é de quatro metros. O nível mais baixo do rio Acre aconteceu em dois de outubro do ano passado, quando ficou em 1,25m.

Na semana passada, o governo do Acre decretou situação de emergência ambiental por conta das previsões do verão deste ano ser um dos mais intensos dos últimos anos. O atual nível do rio Acre é o segundo mais baixo para junho nos últimos 10 anos, o mês que marca o começo do verão na parte mais ao sul da Amazônia Ocidental.

O quadro é de extrema preocupação por parte da Defesa Civil por ainda termos ao menos cinco meses de um verão severo, com previsões de chuvas abaixo do normal.

“O cenário é bem caótico. Nós já temos uma situação crítica, e o cenário tende a se agravar à medida que avançarmos na estiagem. Nós já temos um plano de ação e de contingência que preveem as ações, entre elas mitigar a falta de água nas comunidades rurais, principalmente para consumo humano porque muitas pessoas estão sem água até para beber”, afirma o tenente-coronel Cláudio Falcão, coordenador da Defesa Civil de Rio Branco.

O Plano de Contingência de Escassez Hídrica, que estava em planejamento desde o início de junho, precisou ter sua execução antecipada para a segunda quinzena do mês. O objetivo era tirá-lo do papel a partir de julho. O registro de muitas comunidades sem acesso à água potável há quase 20 dias fez a prefeitura se antecipar. “Ano passado nós começamos a Operação Estiagem em 17 de julho. Agora precisamos antecipar em um mês o seu início”, diz Falcão.

A estimativa da Defesa Civil é que 30 milhões de litros de água potável sejam distribuídos em carros-pipa neste verão de 2024. De acordo com Falcão, este volume pode aumentar, conforme a demanda e a intensidade dos meses secos. Em 2023, a prefeitura distribuiu 25 milhões de litros em 29 comunidades.

Em muitas comunidades rurais da capital acreana, famílias só têm acesso à água potável em caixas d’água coletivas instaladas pela prefeitura (Foto: Ascom PMRB)
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