dos varadouros de Rio Branco
Em nota oficial enviada à reportagem do Varadouro, o Comando Militar da Amazônia (CMA), sediado em Manaus, informou que a desativação do Destacamento Especial de Fronteira (DEF) São Salvador, ocorrido em 2022 no município de Mâncio Lima, faz parte do processo de “modernização” de seus pelotões especiais de fronteira, os PEFs, na região amazônica. De acordo com a nota, a desativação do DEF São Salvador está alinhada “com o Plano Estratégico do Exército para os anos de 2020 a 2023”.
“Durante os estudos para a modernização dos Pelotões Especiais de Fronteira, viu-se a necessidade de se adequar as infraestruturas existentes, visando à otimização da presença do Exército Brasileiro na faixa de fronteira”, diz trecho da nota.
Segundo o documento, a desativação do DEF São Salvador ocorreu ante a necessidade de transformar a unidade do Exército em Marechal Thaumaturgo, que antes era um DEF, em um Pelotão de Fronteira, o que exige o emprego de mais pessoal e recursos.
“Vale destacar que, a localidade de São Salvador fica distante a duas horas do deslocamento fluvial de Cruzeiro do Sul, sede do 61º BIS. A prontidão logística e operacional do Batalhão lhe fornece a capacidade de operar em toda sua área de responsabilidade, o que garante a segurança da fronteira nessa porção do território”, afirma o CMA.
Conforme Varadouro mostrou mais cedo, o fim das operações do DEF São Salvador tem deixado as comunidades indígenas e ribeirinhas do rio Moa expostas às ações violentas das facções criminosas que disputam o controle da fronteira com o Peru. A região é estratégica para o crime organizado escoar a produção de cocaína pelos rios, igarapés e varadouros que conectam os dois países.