Elson Martins, fundador do Varadouro, participa do lançamento da 3ª Edição de “Vozes da Floresta” na Semana Chico Mendes 

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A mesa de debate no lançamento do livro “Vozes de Floresta” contou com a presença de militantes e familiares de Chico Mendes (Foto: Veriana Ribeiro/Varadouro)



por Veriana Ribeiro
dos varadouros de Rio Branco


Desde o dia 15 de dezembro, acontece em Xapuri e Rio Branco a Semana Chico Mendes 2024, que, com o tema “Chico 80 Anos: A Luta Continua”, celebra o aniversário do seringueiro, sindicalista e ambientalista assassinado em 1988. Entre as atividades da programação, ocorreu, na última quinta-feira, 19 de dezembro, o lançamento do documentário “Memória e Legado”, dirigido por Sérgio de Carvalho, e do livro “Vozes da Floresta,” obra que reúne depoimentos de ativistas, lideranças e familiares de Chico Mendes, refletindo o legado de sua luta pela preservação da Amazônia.

A mesa de debate contou com a presença de militantes e familiares de Chico, entre eles a ativista Julia Feitoza, a coordenadora-geral do Comitê Chico Mendes, Ana Luiza de Lima, a presidenta do Comitê Chico Mendes, Ângela Mendes, e o fundador do Jornal Varadouro, Elson Martins.

“Achei que essa versão é muito enriquecida por um certo olhar singelo sobre o Chico Mendes, houve uma amorosidade na diagramação dele. Notei também que no livro tem 150 pessoas fotografadas e diagramadas, bastante gente extrativista, seringueiro, ribeirinho”, comentou o jornalista Elson Martins, que é um dos companheiros de luta do seringueiro e participa do livro. O Jornal Varadouro, fundado por Elson Martins, foi um veículo porta voz dos movimentos socioambientais nas décadas de 70 e 80, no Acre, e Chico Mendes chegou a ajudar na sua distribuição entre os seringueiros e povos da floresta. No livro, existem menções ao veículo, assim como fotos de arquivo do acervo do Varadouro e do jornalista Elson Martins. 

Martins reforça que a presença da juventude na Semana Chico Mendes reflete, também, o retorno do Varadouro em formato digital e a continuidade da luta pela proteção do meio ambiente. “Tem algo a ver com o resgate do Varadouro. É como se as coisas começassem a aparecer com novos personagens, com a juventude. Esse encontro na universidade [Semana Chico Mendes], que tem o meu nome no centro acadêmico de jornalismo, estava me forçando a vir para ter esse contato com os mais jovens. Eu percebi na programação inicial, antes do lançamento do livro, que tem muitos jovens fazendo coisas boas, falando, cantando, mostrando uma certa indignação. É isso que pode alimentar a esperança de um futuro melhor”, reforça. 

Ângela Mendes, filha do seringueiro e atual presidenta do Comitê Chico Mendes, entidade que promove a Semana Chico Mendes, relembra que as atividades do evento buscam mobilizar jovens, lideranças, ambientalistas e a comunidade para refletir sobre os rumos da Amazônia e do planeta.

“A Semana Chico Mendes todos os anos emociona muito a gente, além de acarretar muito trabalho, e trazer parceiros que vem de todos os lugares do Brasil para celebrar com a gente. Começamos a fazer a programação desde o início do ano, pensada com muito carinho, esperando que todo mundo compareça e que faça dessa semana um espaço para compartilhar lutas e celebrar encontros”, explica. “O livro é incrível, é parte dessa celebração. Já é a terceira edição, traz muitas memórias de companheiros, até daqueles que já passaram para outro plano, seja pela pandemia ou pelo seu ativismo. É um livro para apreciar com muito afeto”, comenta sobre a obra.  

A programação de 2024 conta com o apoio de parceiros como WWF, Fundação Heinrich Böll, Estúdio Escarlate, Veja, Hivos, UFAC, Fundação Banco do Brasil, Prefeitura de Xapuri, entre outros. 

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