COP-28: Brasil irá cobrar dos países ricos financiamento contra aquecimento global

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Sobrevoo realizado pelo Greenpeace Brasil, foi flagrado animais pastando na área embargada pelo Ibama – Foto: Nilo D’Ávila/Greenpeace Brasil


Dos varadouros de Porto Velho

Mesmo com o período de estiagem que mudou a paisagem na Amazônia, afetando populações tradicionais e matando animais, o fogo que destrói o Pantanal, além de diversos fenômenos climáticos em diferentes regiões do país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue otimista com a participação do Brasil na cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP-28, nos Emirados Árabes Unidos, que acontece entre 30 de novembro e 12 de dezembro, em Dubai.

Na última terça-feira (21) em sua live semanal na internet, Lula disse que “as pessoas estão percebendo que o Brasil pode oferecer aquilo de que o mundo precisa”.

“Vamos para a COP, e o Brasil é visto como a bola da vez. Quando as pessoas pensam no Brasil, pensam em floresta, em Amazônia. Quando as pessoas veem o Brasil, pensam em hidrogênio verde, energia limpa, eólica, solar”, declarou esperançoso.

De acordo com informações do Palácio do Planalto, Lula deve reiterar cobranças para que os países ricos financiem a luta contra o aquecimento global nas nações em desenvolvimento, e pretende construir uma posição unificada dos Estados com florestas tropicais.

“Nós estamos sendo olhados pelo mundo como o país que pode mudar a história da questão energética no planeta Terra. Estou falando sem modéstia: o Brasil pode ser para o mundo da energia limpa aquilo que a Arábia Saudita foi para o combustível fóssil, porque ninguém pode competir com o Brasil na produção de energia”, disse o presidente.

Recuperar floresta destruída

O Brasil pretende aproveitar os indicadores de queda no desmatamento e os debates sobre regulação do mercado de carbono no Congresso Nacional para apresentar, na COP-28, um plano que possa determinar a recuperação de pastagens degradadas.

Segundo levantamento de agências de notícias, o governo irá defender uma proposta onde produtores possam comprar ou arrendar terras degradadas e ter acesso a financiamentos (BNDES, Fundo Amazônia) com juros baixos em troca de investimentos na produção de alimentos.

Áreas onde a floresta foi derrubada e o solo queimado, podem ajudar na expansão de monoculturas e a pecuária, vai argumentar o governo brasileiro na cúpula do clima. O objetivo do governo federal é regenerar até 40 milhões de hectares de pastagens degradadas em um período de 10 a 15 anos. O país precisaria de US$ 120 bilhões para recuperar as florestas destruídas.

A transição energética e emergência climática devem ser os principais assuntos da COP-28. Os debates devem ser norteados pela Declaração de Belém, que é um documento com mais de 100 parágrafos.

O texto foi assinado em agosto de 2023, por oito países signatários da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), como forma de consolidar a nova agenda comum de cooperação entre os Estados detentores da maior floresta tropical do planeta. As nações se comprometeram com a ação conjunta para preservar a Amazônia, combater a pobreza e as desigualdades e promover o desenvolvimento sustentável da região onde vivem cerca de 50 milhões de pessoas.

Outra ideia que será apresentado pelo governo do Brasil é a contratação de 150 mil agentes ambientais para proteger todas as unidades de conservação do país.

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