Após ida a aldeias Noke Ko’í, governo do Acre diz que não houve ataques de facção

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dos varadouros de Rio Branco

O secretário-adjunto da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) do Acre, Evandro Bezerra, relata que na aldeia Macauã, na Terra Indígena do Rio Gregório, não há indícios de que faccionados estariam invadindo a comunidade e aterrorizando os moradores. A região do rio Gregório, no município de Tarauacá, é habitada pelos povos Noke Ko’í (Katukina) Yawanawa.

“A equipe se deparou com uma situação totalmente adversa do que foi veiculado”, disse Cordeiro ao divulgar os resultados da operação policial realizada na região. “Verificou-se que nada teria acontecido”.

“Com aparato prontamente montado para atender a denúncia, equipes compostas por policiais federais, militares e civis, além de guarnições do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), ao chegarem ao local e conversarem com indígenas e lideranças, constataram que a denúncia não procedia e que não foi verificado nenhum ataque externo à aldeia”, diz nota emitida pelo governo na manhã desta quinta, 28.

“O Estado, assim que acionado, não mediu esforços e empenhou as equipes de forma coordenada e imediata, mostrando agilidade e eficiência para atender a demanda, principalmente por ser um ponto isolado e de difícil acesso.”

As primeiras informações sobre o possível ataque às aldeias Noke Ko’í surgiram no início da noite de ontem. Áudios obtidos pelo Varadouro confrontam a versão oficial. Mesmo com as dificuldades de se comunicarem em português, muitas lideranças do povo informaram que as aldeias estavam sendo atacadas por membros de facção criminosa. Lideranças do povo Yawanawa também confirmaram o acontecimento.

Eles falam da presença de estranhos perturbando a ordem e o sossego dos indígenas – inclusive com ameaças, já que, segundo os relatos, um grupo armado estaria no local aterrorizando homens, mulheres e crianças.

Nos áudios obtidos pelo Varadouro, um índigena relata roubo de barco e motor pelo bando. A presença de facções nas aldeias da Amazônia não é novidade. O relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil – dados de 2023, publicação anual do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) cita, em seis oportunidades, a ação de organizações criminosas nas TIs.

Há anos se noticia a ação, inclusive com vítimas fatais, das facções nas aldeias. Até então, apenas operações pontuais e de baixa efetividade tem sido usadas para conter o avanço de organizações criminosas nas terras dos povos originários do Acre.

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