FALAS AMAZÔNICAS

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Varadouro e Coletivo Tetepawa fortalecem a comunicação indígena do Acre

Formado por mais de 20 jovens de 13 diferentes povos, Coletivo Tetepawa busca mostrar as realidades das comunidades a partir de seus olhares (Fotos: Coletivo Tetepawa)




Com recursos do Fundo Casa Socioambiental, projeto realiza oficina de aperfeiçoamento para 20 jovens comunicadores indígenas em Cruzeiro do Sul. O produto final será a produção de conteúdo audiovisual mostrando como as mudanças climáticas impactam o modo de vida tradicional dos povos indígenas da Amazônia.


Redação Varadouro

A produção de um conteúdo jornalístico feito integralmente dentro da Amazônia, para e em conjunto com as populações da floresta está entre os princípios editoriais do Jornal Varadouro. Característica esta que marcou a atuação do veículo entre as décadas de 70 e 80, e que se mantém agora com a retomada do Varadouro na era do jornalismo digital. Para fazer valer ainda mais essa identidade, Varadouro, em parceria com o Coletivo Tetepawa, desenvolve projeto de aperfeiçoamento e criação de conteúdo a partir do olhar dos jovens comunicadores indígenas do Acre.

O projeto é executado com recursos do Fundo Casa Socioambiental, através da chamada “Comunicação Comunitária e Direitos Humanos”. O objetivo é produzir um conteúdo audiovisual retratando como os eventos climáticos extremos impactam o modo de vida tradicional das populações indígenas da Amazônia, deixando-as em situação de insegurança alimentar e de acesso à água potável.

Nos últimos anos, os povos indígenas vêm sendo atingidos pelas grandes enchentes e secas que passam a acontecer de maneira frequente e intensa, destruindo os seus roçados, poços e criações de animais. Outro fator de risco são projetos de infraestrutura (estradas e linhas de transmissão de energia) que ameaçam a preservação dos territórios e a relação ancestral com a floresta.

A partir deste enfoque, os jovens comunicadores vão mostrar como as suas comunidades convivem com essas ameaças e o que fazem como forma de amenizar os impactos.

Além da produção do conteúdo audiovisual, o projeto entre Varadouro e o Coletivo Tetepawa realizará uma oficina de capacitação e aperfeiçoamento ao talento dos comunicadores indígenas. A troca de experiências vai acontecer no começo de dezembro, em Cruzeiro do Sul, para 20 integrantes do coletivo. Serão ofertadas oficinas nas áreas de Comunicação Comunitária, Redes Sociais, Fotografia e Vídeo.

“Para o Varadouro, essa é uma oportunidade de fortalecer a comunicação comunitária nos territórios, desenvolvida pelos próprios povos da floresta, ao mesmo tempo em que estreitamos os laços com essas comunidades. Existem muitas histórias incríveis para serem contadas, e o Varadouro é um veículo que está à disposição dos povos da floresta, nós queremos que as próprias comunidades contem suas histórias, e que o Varadouro seja uma canal que ajude a ampliar e a divulgar as vozes e histórias locais”, explica Veriana Ribeiro, editora-adjunta do Varadouro e coordenadora do projeto.

Aldeia Apiwtxa, do povo Ashaninka, atingida pela grande enchente do rio Amônia em março; eventos climáticos extremos impactam de forma intensa povos indígenas da Amazônia Foto Isaka Huni Kuĩ/Opirj)




Samuel Arara, coordenador do Coletivo Tetepawa, explica que esta é a primeira vez que o grupo consegue reunir representantes de mais 13 povos indígenas em um encontro. Para ele, a parceria entre os comunicadores indígenas e o Varadouro ajuda a dar visibilidade às narrativas dos povos indígenas.

“Para comunicar com responsabilidade as narrativas dos povos indígenas do Acre, é essencial dar visibilidade a nossa voz, e essa parceria é um marco nesse caminho. A união entre TetepawaComunica e jornal Varadouro promove um espaço para destacar nossas realidades, lutas e conquistas dos povos indígenas, trazendo nossas narrativas ancestrais para o meio ocidental. O jornal Varadouro se torna um aliado estratégico para amplificar nossas histórias que precisam ser contadas”, reforça o jovem do povo Arara.



LEIA TAMBÉM: Crise climática faz indígenas perderem roçados, ameaça agricultura e sua ancestralidade


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Por envolver um expressivo número de participantes e a execução de uma logística com transportes fluvial, terrestre e aéreo, o projeto precisa de mais recursos para acontecer. Muitos dos jovens que vão participar da oficina de capacitação sairão de suas aldeias em diferentes partes do Acre para chegar até a cidade, demandando elevados custos com a mobilidade, hospedagem e alimentação. Em uma região de difícil logística e elevados custos como a Amazônia, essa mobilização requer um alto investimento.

Varadouro é uma organização de jornalismo independente e sem fins lucrativos, cujo objetivo é a produção de conteúdo voltado para a defesa da Amazônia e dos povos da floresta. No momento não contamos com grandes parcerias capazes de assegurar a nossa autossuficiência financeira, por isso precisamos de seu apoio para tirar do papel iniciativas ousadas iguais a estas, feitas em parceria com o Coletivo Tetepawa e o Fundo Casa Socioambiental.

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