Na capital, mais de 600 toneladas de entulhos são retirados do rio Acre

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Durante 15 dias, máquinas pesadas ajudaram equipes na retirada de lixo das poluídas águas do rio Acre (Foto: Eudes Goes/Deracre)



dos varadouros de Rio Branco

Aproveitando o momento de vazante crítica do rio Acre neste período de verão, o governo do estado, em conjunto com a prefeitura de Rio Branco, conseguiu retirar mais de 600 toneladas de entulhos do leito do manancial na região central da capital. Foram 15 dias de trabalhos numa força-tarefa para remover carcaças de geladeiras, fogão, móveis descartados e troncos de árvores arrastados pelos balseiros. Chamou a atenção a quantidade de pneus retirados das águas do manancial: 800.

A quantidade de lixo expõe a grave deterioração do rio Acre ao longo das quase seis décadas do processo de ocupação das suas margens – incluindo o surgimento de centros urbanos. Além do lixo, o descarte de esgoto sem tratamento é outra agressão. A devastação da mata ciliar, porém, pode ser definida como o principal problema do rio Acre, cujo resultado é o assoreamento e erosão de suas margens.

Todos estes impactos, aliados aos eventos climáticos extremos, fazem o rio Acre também ter oscilações extremas em seu volume de água. As grandes inundações e as vazantes severas passaram a ser recorrentes na última década – causando graves efeitos sobre as populações urbanas e ribeirinhas. O ano de 2024 é um exemplo disso. Após registrar a segunda maior alagação da história em Rio Branco no começo de março (17,88m), em 21 de setembro ele alcançou um novo recorde, agora de seca: 1,23 m.

“Em dois dias, conseguimos retirar mais de 600 pneus, muitos deles submersos, exigindo que nossa equipe mergulhasse para retirá-los. O trabalho do Deracre vai continuar para garantir a limpeza e o fluxo das águas do Rio Acre”, afirmou a presidente da autarquia, Sula Ximenes.

A operação contou com três caçambas, uma escavadeira hidráulica, uma pá carregadeira, um barco de apoio e um caminhão prancha, além de uma equipe de dez trabalhadores que, com coragem e dedicação, se arriscaram nas águas do rio Acre para remover os resíduos.

Na manhã de ontem, 8 de outubro, o manancial media 1,29 m em Rio Branco. Isso em pleno mês que já deveriam ocorrer, com certa intensidade, as primeiras chuvas do inverno. Chuvas estas previstas só para a segunda quinzena.

Após a seca extrema, a Defesa Civil estadual trabalha com o prognóstico de uma grande enchente para o primeiro trimestre de 2025, ocasionada pelo fenômeno climático La Niña, que é o esfriamento das águas do Oceano Pacífico, e cujo efeito para o Norte do país é a intensificação do volume de chuvas.


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