FRONTEIRA EM ALERTA

Compartilhe

Indígenas isolados atacam madeireiros ilegais na fronteira do Peru com o Brasil





Fabio Pontes
dos varadouros de Rio Branco

Um grupo de ao menos 100 indígenas do povo Mashco Piro, que vive em isolamento voluntário na fronteira amazônica entre o Brasil e o Peru, entrou em confronto com madeireiros ilegais que atuam no país vizinho. Segundo relatos do povo Yne (Manxineru no Brasil), os Mashco Piro fizeram o ataque com o uso de flechas. Oficialmente há a confirmação de que um dos madeireiros ficou gravemente ferido. Há a suspeita de que outros dois também estejam na mesma situação. Como o ataque ocorreu em área de mata fechada, ainda não se tem notícias mais concretas sobre as vítimas.

A região ocupada pelos Mashco Piro é fortemente pressionada e invadida pela atividade madeireira no lado peruano. Muitas destas empresas são licenciadas pelo governo e possuem certificação de manejo florestal sustentável reconhecida internacionalmente.

Todavia, como denunciam as organizações e as lideranças comunitárias peruanas, a sustentabilidade fica apenas no papel. O relato do confronto entre Mashco Piro e os madeireiros foi feito em comunicado emitido pela organização Survival International. Na segunda metade de julho, um grupo numeroso dos Mashco Piro fez uma aproximação a aldeias do povo Yne, na comunidade Monte Salvado, no rio de las piedras.

Na ocasião, os Yne já denunciavam que a aproximação dos parentes isolados era consequência das invasões de suas áreas pela atividade madeireira licenciada pelo governo peruano. Além da extração de madeira, a área ocupada pelos diferentes grupos em isolamento na fronteira do Brasil com o Peru é pressionada pela atuação de grupos criminosos do narcotráfico e projetos de infraestrutura, principalmente a abertura de estradas.

Nesta semana, a Rádio e TV Varadouro publicaram reportagem com o sertanista José Meirelles, especialista nos estudos sobre os povos isolados aqui desta faixa de fronteira.

Ouça, assista às imagens e entenda sobre esta delicada situação da fronteira panamazônica.


Logomarca

Deixe seu comentário

VEJA MAIS