Região Amacro está entre líderes de desmatamento em 2024, mostra Imazon

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Área derrubada e queimada em Xapuri, em setembro de 2023; após recorde de desmatamento entre 2019 e 2022, Acre apresenta redução (Foto: Gleilson Miranda)



dos varadouros de Rio Branco

A região da tríplice divisa entre Amazonas, Acre e Rondônia, a Amacro, continua a chamar a atenção. Tirada do papel pelos três governadores bolsonaristas da região, em 2019, para ser uma zona de expansão do agronegócio, ela se transformou numa zona para a prática de crimes ambientais e conflitos fundiários.

Segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), elaborado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), os municípios amazonenses inseridos na zona Amacro lideram as taxas de áreas devastadas entre janeiro e abril de 2024 dentro estado. O próprio Amazonas em si foi o segundo estado que mais derrubou floresta no período. Juntos, Amazonas, Acre e Rondônia respondem por 30,31% de toda a Floresta Amazônica levada ao chão nos quatro primeiros meses do ano.

Sozinho, o Amazonas desmatou 118 km2 de Floresta Amazônica no primeiro quadrimestre do ano. O estado só ficou atrás do Mato Grosso (178 km2). Nos últimos meses, o Amazonas supera até mesmo o vizinho Pará, que por décadas liderou o ranking de devastação na Amazônia Legal. Entre janeiro e abril, o Pará respondeu por 11% da área total do bioma destruído – ou 58 km2.

Em segundo lugar com mais floresta destruída está Roraima (105 km2). Em toda a Amazônia Legal, o desmatamento acumulado em 2024, segundo o Imazon, foi de 508 km2 – uma redução de 58% na comparação com o mesmo período de 2023 (1.203 km2).

Na zona Amacro, Rondônia acumulou 30 km2 de desmatamento, e o Acre apenas 6 km2. Na comparação com 2023 e 2022 a tríplice divisa Amacro – que passou a ser conhecida como a nova zona do desmatamento da Amazônia – apresenta queda nas taxas de devastação do bioma. Isso tudo após uma período devastador para a região no governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), apoiado pelo trio de governadores locais.

Ainda assim, a zona Amacro permanece com “alta vocação” para o desmatamento. A falta de regularização fundiária de uma grande extensão de terras favorece a prática de grilagens e, consequentemente, de conflitos agrários. O avanço de atividades como a pecuária e a soja na divisa entre Acre e Amazonas também contribuem para empurrar o avanço do desmatamento.

Desmate em abril

Principal fonte de emissão de gases do efeito estufa no Brasil, o desmatamento da Amazônia apresentou em abril seu décimo terceiro mês consecutivo de redução, também segundo o Imazon. Em abril, foram desmatados 188 km² de floresta, 44% a menos do que no mesmo mês em 2023, quando foram destruídos 336 km². Já em relação à abril de 2022, a redução apresentada neste ano chega a 84%.

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