Dos varadouros de Rio Branco
O indigenismo acreano ficou desfalcado, neste sábado, 3 de fevereiro, com a passagem de uma das suas mais importantes personalidades ao longo das últimas quatro décadas: a indigenista Djacira Maia, a Dedê. Ela teve papel essencial no processo de reorganização das populações indígenas do Acre, no momento em que elas iniciavam a retomada dos territórios e a recuperação das identidades culturais, perdidos durante os ciclos da borracha na Amazônia. Um de seus principais campos de atuação foi na Educação, com a formação dos primeiros professores indígenas do estado.
“Acreana com origens nordestinas e indígenas, Dedê é uma das mulheres indigenistas que contribuíram enormemente com a luta dos povos indígenas do Acre, e com a história desta instituição”, diz trecho da nota de pesar emitida pela Comissão Pró-Indígenas do Acre, a CPI-Acre, organização onde ela teve papel essencial para o processo de consolidação.
Ela é a mentora do projeto de construção e organização do Centro de Documentação e Pesquisa Indígena (CDPI), da CPI-Acre. Um de seus trabalhos mais recentes foi a produção da série de documentários “Tecendo Memórias”, na qual ela revisita a ancestralidade das populações indígenas. (ASSISTA AQUI)}
“Sua presença amiga deixará não só saudades, mas um sentimento de falta imenso para todos e todas que conviveram e trabalharam com ela e para o movimento indígena.”
NOTA DE PESAR –
É com profundo pesar que a CPI-Acre recebeu neste sábado, 03, a notícia do falecimento na cidade do Rio de Janeiro, da amiga e companheira Djacira Maia, carinhosamente conhecida como Dedê.
Acreana com origens nordestinas e indígenas, Dedê é uma das mulheres indigenistas que contribuíram enormemente com a luta dos povos indígenas do Acre, e com a história desta instituição. Trabalhou com a formação de professores indígenas em meados dos anos 70 e como pesquisadora, colaborou na revitalização cultural tradicional de vários povos, sendo ainda a mentora do projeto de construção e organização do Centro de Documentação e Pesquisa Indígena (CDPI), da CPI-Acre.
Mesmo com a saúde fragilizada, Dedê nunca deixou de trabalhar em prol dos povos indígenas. Esteve sempre por perto, construindo e executando projetos para a melhoria das comunidades e o fortalecimento e valorização dos povos, como a série de vídeos Tecendo Memórias, publicada em 2022 em parceria com a CPI-Acre. Sua presença amiga deixará não só saudades, mas um sentimento de falta imenso para todos e todas que conviveram e trabalharam com ela e para o movimento indígena.
Dedê agora abraça a floresta em sua plenitude, e recebe dos espíritos ancestrais toda a Luz para brilhar eternamente no Cosmo.
Nós, da CPI-Acre, nos solidarizamos com os familiares e amigos de Dedê Maia, e pedimos conforto aos corações neste momento de luto.