Ufam aponta o governo do Amazonas como responsável pelos efeitos da crise climática

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Cientista da Ufam lançaram nota técnica e promovem campanha solidária. Foto: Divulgação/Ufam

dos varadouros de Manaus

Publicação também fala sobre as consequências e medidas mitigadoras relacionadas às queimadas no estado; e destaca a campanha SOS Amazonas de arrecadação de alimentos, água e itens de higiene pessoal para as populações mais atingidas pelos efeitos da seca histórica no estado

Pesquisadores do Centro de Ciências do Ambiente da Universidade Federal do Amazonas (CCA/Ufam) divulgaram, na manhã desta segunda-feira (6) uma nota técnica sobre causas, consequências e medidas mitigadoras relacionadas às queimadas e mudanças climáticas no Amazonas. Na publicação, os cientistas atribuem a crise climática no Amazonas à política promovida pelos últimos governos do estado de incentivo ao desmatamento e, consequentemente, às queimadas, baseada em uma concepção predatória, que entende a natureza como mero depósito de recursos a serem saqueados sem qualquer preocupação com a sustentabilidade.

Crise climática

O diretor do CCA, professor Eron Bezerra, afirma que, há tempos, os cientistas já alertavam para as consequências de desmatamentos e queimadas na região amazônica e destaca como a Ufam ajuda a enfrentar os problemas de forma concreta. “Historicamente, o Amazonas era um dos estados que menos desmatava e menos queimava. Nos últimos governos ficou entre os estados brasileiros que mais desmata e mais queima a floresta. Além das queimadas, há o El Niño como fator de agravamento dessa questão, que explica a redução das chuvas na região e, consequentemente, a crise hídrica. Isso tudo combinado resulta no caos que estamos vivenciando e nosso desafio diante desse cenário é sensibilizar a maior parte da população e de nossa própria comunidade de que isso é sério e é grave e que medidas mitigadoras podemos adotar para o problema”, comentou o climatologista, que será um dos palestrantes do X Simpósio Internacional de Meteorologia, que acontece em João Pessoa (PB).

Segunda rodada

A nota técnica também destaca as consequências da aspiração da fumaça tóxica por um período prolongado. “Não é preciso ser especialista em climatologia ou especialista em doenças respiratórias para compreender que uma pessoa que começa a inalar e receber toneladas de gás contaminado terá problemas de toda natureza, na pele, nos olhos, nas narinas, nos pulmões”. Para discutir o assunto, no próximo encontro, 13 de novembro, os climatologistas se reúnem com especialistas da área de saúde e serviço social para discutir demais medidas concretas de combate à crise climática.

Campanha SOS Amazonas

Considerando que a situação ocasionada pelas queimadas piora por coincidir com o período da estiagem no Norte do país, os pesquisadores do Programa de Pós-graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia também promovem a Campanha SOS Amazonas para arrecadar alimentos, água e itens de higiene pessoal para entregar para a Comunidade São Sebastião, uma das populações afetadas pelos efeitos da seca histórica que atinge o Amazonas. “A comunidade foi escolhida com base na lista de comunidades afetadas da Defesa Civil e é uma ação dos discentes de Pós-graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia (Mestrado e Doutorado)”, afirma Thaís Alves, doutoranda do PPGCASA.

Interessados em colaborar com a campanha podem entregar alimentos e itens de higiene pessoal no Centro de Ciências do Ambiente, setor Sul do Campus Universitário Arthur Virgílio Filho ou enviar PIX para fabíola.souza@ufam.edu.br.

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