Dos Varadouros de Rio Branco
Peixes encontrados mortos no rio Amônia, na cidade de Marechal Thaumaturgo na fronteira do Acre com o Peru foram vítimas das altas temperaturas da água. A conclusão é do relatório emitido pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) junto com a Universidade Federal do Acre (Ufac).
Em nota técnica o governo diz que ocorreu “ diminuição das concentrações de oxigênio dissolvido, em função da elevação extrema da temperatura da água, associada ao baixo nível da coluna d’água”.
Na comunidade “Vai Quem Quer” às margens do rio Amônia foi registrado as maiores mortandades. Pescadores relataram que as mortes ocorreram entre os dias 28 e 29 de setembro. As amostras dos animais mortos foram coletadas no dia 4 de outubro no período de 9h às 11h.
Pesquisadores fizeram coleta de amostra de água para análise, entrevista com os moradores e instituições parceiras, assim como levantamento bibliográfico científico sobre a temática. A área visitada pela equipe técnica abrangeu um trecho de aproximadamente 10 km no Rio Amônia, com pontos de coleta diferentes que se estenderam até o Rio Juruá.
“Na amostra de água não foi detectada a presença de metais pesados; e para as variáveis DBO, nitrogênio amoniacal, fósforo total e coliformes termotolerantes, que são indicadores utilizados para qualidade de água, constatou-se valores dentro dos limites aceitáveis para rios de classe II, com exceção do nitrogênio amoniacal, que apresentou valores acima do aceitável pela legislação. Todavia, este fato não implicaria em mortandade de animais”, diz o governo.
O Estado disse que montou uma sala de situação para enfrentar as altas temperaturas. Os municípios do Acre estão em alerta em razão das queimadas e dos fenômenos climáticos extremos. A morte de peixes e a seca dos rios é prejudicial para natureza e todas as populações da Amazônia.